sábado, 24 de fevereiro de 2007

Necessidades especiais...Do que estamos falando?

 
“Cada vez que o reino do humano me parece condenado ao peso
, digo para mim mesmo que a maneira de Perseu eu devia voar
para outro espaço. Não se trata de absolutamente de fuga
para o sonho ou o irracional.
Quero dizer que preciso mudar de ponto de observação,
que preciso considerar o mundo sobre outra ótica (...)”Calvino ,1997
 
 
 
 
Antes de descrevermos sobre a impotância do diagnóstico, é necessário
delimitar quem são os protagonistas da Educação Especial.
Os parâmetros Educacionais da Educação Especial (1994)
definem os seguintes grupos como alunados da Educação Especial:
 É aquele que, por apresentar necessidades
própriase diferentes dos demais alunos no
domínio das aprendizagens curriculares
correspondentes a sua idade, requer
recursos pedagógicos e metodologias
educacionais específicas.
Genericamente chamados de necessidades
educativas especiais, classificam – se:
portadores de deficiência
(mental, visual, auditiva, física, múltipla),
portadores de condutas típicas
(problemas de conduta)
e portadores de altas habilidades
(superdotação).
(PNEE, 1994)
 
No entanto, a partir das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial
na Educação Básica, aprovada em 03/07/2001, ocorreu uma ampliação
deste alunado, tal documento que tem como objetivo nortear todo o
trabalho da educação especial descreve que:
 
 
Tradicionalmente, a Educação especial tem sido concebida
como destinada apenas ao atendimento de alunos que
apresentam deficiências
(mental, visual, auditiva, física/motora e múltiplas);
condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos,
neurológicos ou psiquiátricos, bem como de
alunos que apresentam altas habilidades/superdotação.
Hoje, com a adoção do conceito de necessidades educativas
especiais, afirma-se o compromisso com
uma nova abordagem, que tem como horizonte a inclusão.
Dentre dessa visão, a ação de educação especial amplia-se,
passando a abranger não apenas as dificuldades de aprendizagem
relacionadas a condições, disfunções, limitações e deficiências, mas
também aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica,
considerando que, por dificuldades
cognitivas, psicomotoras e de comportamento, alunos são
frequentemente negligenciados ou mesmo
excluídos dos apoios escolares.
O quadro das dificuldades de aprendizagem absorve uma
diversidade de necessidades educacionais,
destacadamente aquelas associadas a: dificuldades específicas
de aprendizagem, como dislexia e
disfunções correlatadas; problemas de atenção, perceptivos, emocionais,
de memória, cognitivos, psicolingüísticos, psicomotores , motores,
de comportamento e ainda a fatores ecológicos e
socioeconômicos, como as privações de caráter sociocultural e nutricional.
Assim, entende-se que todo e qualquer aluno pode apresentar, ao longo de
sua aprendizagem, alguma necessidade educacional especial, temporária ou
permanente, vinculada ou não aos grupos já mencionados.
 
 Concordamos com Edler, quando  em seu artigo
“Diferença, deficiência, necessidades educativas especiais”, descreveu que:
 
Em torno da questão das necessidades, no campo da Educação Especial,
constata-se o uso indiscriminado das expressões
necessidades especiais
e necessidades educativas especiais.
Ambas são muito abrangentes, o que têm gerado muitas e diversas
interpretações quanto ao atendimento educativo mais adequado.
Ainda oferecem o risco de criar um outro sistema de rotulação para
categorizar as necessidades...
Necessidades especiais podem ser consideradas como as
exigências de um indivíduo
...
Quando uma necessidade não é satisfeita ela interfere na qualidade de vida,
prejudicialmente(...)

Ainda segundo a autora, criou -se no imaginário coletivo dos educadores, uma idéia de que existe uma relação biunívoca entre necessidades educacionais especiais e deficiência, de tal modo que se incluem na condição de deficientes todos que apresentam necessidades educacionais...
 
Edler nos remete ainda aos superdotados que, igualmente,
possuem exigências próprias(...)
 
E com muita propriedade questiona:
 
Quem são, afinal, os alunos que apresentam
necessidades educacionais especiais?
Ou indagando de outro modo:
que aluno, ao longo de seu percurso escolar,
nunca apresentou
em caráter provisório, ou permanente _
necessidades educacionais especiais?

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